“Muitos empreenderam compor uma história dos acontecimentos que se realizaram entre nós, como no-los transmitiram aqueles que foram desde o princípio testemunhas oculares e que se tornaram ministros da palavra.”
“Também a mim me pareceu bem, depois de haver diligentemente investigado tudo desde o princípio, escrevê-los para ti segundo a ordem, excelentíssimo Teófilo, para que conheças a solidez daqueles ensinamentos que tens recebido.” (Lc 1, 1-4)
São Lucas foi um discípulo de São Paulo, que como descrito no texto acima, ouviu os ensinamentos daqueles que tinham sido testemunhas oculares de todos os acontecimentos na época de Jesus, mas ele teve a sabedoria de “investigar” tudo o que lhe foi relatado. Certamente São Lucas sentou-se diante da Virgem Maria e em uma prazerosa conversa, Nossa Senhora relatou-lhe ricamente com detalhes toda sua experiência de vida.
Diante da evidência de seriedade e exatidão que encontramos no Evangelho de São Lucas, observamos algo de grande ensinamento para nós. Neste Evangelho podemos fazer uma comparação de postura entre a anunciação do Anjo a São Zacarias e a Anunciação do Anjo a Nossa Senhora.
Quando o Anjo anunciou a São Zacarias que sua esposa – Santa Isabel – daria a luz a um filho mesmo ela sendo já idosa, em princípio São Zacarias se amedrontou com a presença do Anjo, mas logo após teve dúvida: “Como terei certeza disso? Pois sou velho e minha mulher é de idade avançada.” (Lc 1, 18). Quando o Anjo foi enviado para anunciar a vinda de Jesus, no momento da saudação Nossa Senhora também perturbou-se, mas ao contrário de São Zacarias, não duvidou. Ao anúncio que, sem conhecer homem algum, ela conceberia o Filho de Deus, certa de que “para Deus nada é impossível” ela simplesmente disse: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38)
