sexta-feira, 13 de abril de 2012

Sede Santo, pois o Vosso Pai é Santo

Já passamos a Semana Santa, onde relembramos tudo que aconteceu com Jesus, sua última ceia sua morte e ressurreição. Podemos pensar o porquê disto. Deus quer ver seus filhos na glória, ou melhor, nos conduzir até ela, pois ele quer nos tornar divinos através de Seu amor, quer que sejamos como Ele. Como Jesus disse – “Sede santo, pois vosso pai é santo”. Mas como podemos nos tornar assim, pois somos pecadores?
Deus sabe disso, então Ele inicia um plano de salvação, uma aliança conosco, uma aliança eterna. Ele usa seu filho Jesus Cristo para nos salvar e santificar, tornando-nos santos, pois procedemos de sua salvação.

Jesus nos chama de irmãos, que significa carnalmente que somos iguais a Ele, assim como nós somos feitos de carne e sangue Ele também se fez, “O verbo se fez carne”. Jesus foi santo sem pecado feito de sangue e carne como nós, tudo isto para nos provar que através de Sua salvação temos como vencer o pecado. Através de sua morte sua entrega por nós, ele venceu este domínio que o pecado tinha sobre nós. Jesus foi enviado para o meio de nós para também ser misericordioso e ter nossa confiança, tornando-se o nosso Sumo Sacerdote digno disto.

Jesus foi tentado como nós, mas nunca pecou, nunca caiu, por mais difícil que fosse sua situação. Quando se retirou para o deserto, ficou ali 40 dias sem comer, o demônio veio e ofereceu pão a ele, mas ele não comeu. Mostrando-nos que é possível vencer o pecado. “Sede santo, pois vosso pai é Santo”.

Jovem o que Jesus passou não foi uma simples encenação ou um filme, esta salvação, esta aliança aconteceu de verdade para nos libertar de todo mal e podermos ser conduzidos a glória de Deus, ao Céu. Seja livre, pois Deus te tornou assim, ele não nos aprisiona, mas sim nos leva a liberdade e nos dá uma liberdade de nos encontrarmos com Seu Divino Amor.



Edmilson Cruz
Coord. MJ GO Raio de Luz

quarta-feira, 4 de abril de 2012

A semana Santa

Vamos entender um pouco mais sobre a Semana Santa, momento ideal para a reflexão sobre o amor incondicional de Jesus por nós, que se doa na cruz para a nossa salvação.

Quinta-feira Santa

A Quinta-feira Santa corresponde ao último dia da Quaresma e nos introduz ao Tríduo Pascal. Esse dia nos prepara finalmente para a Páscoa, iniciando a celebração pascal. Ela é dividida em dois momentos:

1)      Neste dia, pela manhã, celebra-se a Missa Crismal, momento em que todo o clero se reúne com seu bispo e renova seus votos sacerdotais, além de nesta mesma ocasião se abençoar os santos óleos utilizados nos sacramentos. (Obs.: Por motivos pastorais, esta celebração poderá ser antecipada para 4ª feira santa).

2)    Durante a noite ocorre a missa conhecida como “lava-pés”. Celebramos como Jesus que na última ceia lavou os pés dos Apóstolos, num gesto de amor-serviço e também instituiu os mistérios da Eucaristia (“Isto é o meu corpo [...] Este é o cálice do meu Sangue”) e do sacerdócio cristão (“Fazei isto em memória de mim”), além de instituir o Mandamento do amor. Essa missa nos transmite uma verdadeira catequese sobre o sacerdócio ministerial, assim como o sacerdócio geral dos fiéis recebido pelo Batismo, pois, “Jesus Cristo fez de nós um reino de sacerdotes para Deus Pai”.

Ao fim da Missa, todos os paramentos, flores, toalhas são retirados, o altar deve ficar desnudo, simbolizando a captura de Jesus rumo a sua Paixão definitiva. A Sagrada reserva Eucarística não volta ao sacrário, mas deve ficar em um local previamente preparado para ser adorado pelos fiéis, voltando ao sacrário apenas no sábado santo.


Sexta-feira Santa

A tarde de Sexta-feira Santa apresenta o drama da morte de Cristo no Calvário. A cruz erguida sobre o mundo segue de pé como sinal de salvação e de esperança. Com a Paixão de Jesus segundo o Evangelho de João contemplamos o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo Amado, da Mãe e do soldado que transpassou com uma lança o coração de Jesus.

Sábado Santo

Este é na verdade “o dia que o Senhor fez para nós”. O fundamento de nossa fé. A experiência decisiva de que a Igreja, como Esposa unida ao Esposo, recorda e vive cada ano renovando sua sua comunhão com Ele, na Palavra e nos Sacramentos desta noite:

a)      Benção do fogo novo: Devolver-se-á ao círio o sagrado papel de significar ante os olhos do mundo a glória de Cristo Ressuscitado. Por isso se grava em primeiro lugar a cruz no círio.

b)      O Pregão Pascal ou “Exultet”: hino de louvor, em primeiro lugar, anuncia a todos a alegria da Páscoa, alegria do céu, da terra, da Igreja, da assembléia dos cristãos. Esta alegria procede da vitória de Cristo sobre as trevas.

c)       A liturgia da Palavra: Esta noite a comunidade cristã se detém mais que o usual na proclamação da Palavra. Tanto o Antigo como o Novo Testamento falam de Cristo e iluminam a História da Salvação e o sentido dos sacramentos pascais.

d)      A bêncão da água: trata-se sobretudo de bendizer a Deus por tudo o que fez por meio da água ao longo da História da Salvação (desde a criação e a passagem pelo Mar Vermelho até o Batismo de Jesus no Jordão), implorando-lhe que hoje também este sinal atualize o Espírito de vida sobre os batizados.

e)      A Celebração Eucarística é o ápice da Noite Pascal. É a Eucaristia central de todo o ano, mais importante que a do Natal ou da Quinta-feira Santa. Cristo, o Senhor Ressuscitado, nos faz participar do seu Corpo e seu Sangue, como memorial de sua Páscoa: Jesus Ressuscitou!

Domingo da Páscoa

O Domingo de páscoa é o dia em que até mesmo a mais simples igreja se reveste com seus melhores ornamentos, é o ápice do ano litúrgico. É o aniversário do triunfo de Cristo.

Fonte: Paróquia Dom Bosco – Campinas/SP – com algumas alterações do blog.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Segunda Decolagem

Existia um supersônico Concorde que saiu de linha por ter ficado muito caro mantê-lo, ele tinha a segunda decolagem. Na primeira decolagem, a tradicional, os demais aviões chegam a certa altura e não mudam mais (chamada altura de cruzeiro), já o Concorde, quando chegava a certa altura, ele tinha previsto uma segunda decolagem, através da qual ele passava a velocidade supersônica. Nós, na nossa alma, necessitamos da segunda decolagem, ou seja, de uma segunda conversão.
     A primeira conversão é aquela passagem em que ouvimos: “Eu era um bêbado, vivia drogado agora estou curado, pois, encontrei Jesus”, ou seja, deixamos os pecados grosseiros. É uma passagem da graça eficiente para graça eficaz (graça é uma só). Quando a graça cega a nós, ocorrem situações diferentes, por isso a divisão: eficiente e eficaz. Todo ser humano tem graça suficiente para sair do pecado, e, quando a graça permite sair dos pecados mais grosseiros, denomina-se graça eficaz, dá-se o sinal verde para Deus. Ou seja, nos convertemos, mas nada de exagero; continuamos com os pecados de estimação repetitivos, enfadonhos.
      E o que impede a saída desse estado é a falta de desejo de uma segunda conversão. A segunda conversão acontece, quando me disponho a amar a Deus sobre todas as coisas, que exige que assumamos a radicalidade, e exorcizemos a moda de sermos chamados de fanáticos. A maioria quer ser católico, mas não quer exagerar, ser fanático. No seu estado de vida você é chamado a amar a Deus sobre todas as coisas. Se você é casado, deve amar a Deus mais que a sua esposa, que a seus filhos, mais que a sua vida.
      Saia desta mentalidade protestante, todo protestante acredita na primeira conversão “eu era um bêbado...”, mas o que você produz com esta primeira conversão é uma vida mais ou menos cristã. Os protestantes não acreditam na santidade, na segunda conversão. Então o protestantismo tirou o concorde de linha, tirou o vôo supersônico.
      Nós, católicos, acreditamos na segunda decolagem e o nosso coração está inquieto. Nós não podemos nos contentar com lavagem porca da vida de pecado, mas também não podemos nos contentar com de vez em quando sentir saudade do chiqueiro. Porque não desejamos a segunda conversão, nós colocamos em risco a primeira, porque o avião vai perdendo altitude e um belo dia ele cai.
      Se não buscarmos Deus, cada vez mais nós não conseguiremos a segunda decolagem, que tem como virtude principal a caridade. Se pedirmos a Deus que queremos amá-Lo acima de todas as coisas e insistirmos, por graça divina, isso nos será dado. Como você vai pedir, se você não acredita? Se não for plenamente católico, não vai acreditar que essa santidade existiu, como a de São Pio, um santo contemporâneo nosso, nele vemos a graça de um homem do século XX. Um dos Diretores Espirituais do Pe Pio testemunhou que jamais viu nele o menor sinal de um possível pecado venial na área da sexualidade. Era um lírio de castidade e só pode ter alcançado isto através do dom de amar a Deus sobre todas as coisas. Ele era um homem viril, mas vivia a castidade como dom.
      Então, se eles viveram isso (os santos), por que nós não? Nós estamos no comodismo burguês, numa moralidade burguesa do dia-a-dia, que não quer se incomodar com uma conversão, “eu estou tranqüilo na comodidade burguesa”. Eu tenho que me incomodar, eu tenho que desejar a segunda conversão. Você assume que não tem a segunda conversão e quer amar a Deus mas não o ama acima de todas as coisas, entretanto, gostaria de amá-Lo. Você precisa, então, da segunda decolagem dos mártires.
      Acho que nenhum protestante nega o carisma que é o martírio, tal desprendimento, a ponto de deixar-se martirizar. E ainda dizem que este homem que se martirizou está no mesmo nível que eu e você, nessa safadeza, nessa sem-vergonhice, que está no mesmo nível de nós.  Ah! Para com esta sem-vergonhice! Para com essa mediocridade!
      Existem homens e mulheres que se doaram e se entregaram em santidade, o amor se fez carne, o coração que ama a Deus sobre todas as coisas se fez carne, se fez homem, é real. O coração de Cristo é o coração humano perfeito que se fez carne. Agora, o Cristo se faz vivo nos Santos, como São Paulo declarou. Vivo, mas é Cristo que vive em mim. Os santos podem  dizer isso, pois, é Cristo que mora neles, eles amam a Deus sobre todas as coisas.
      Esta é a segunda decolagem, para alcançá-la devemos desejá-la, precisamos pedir, suplicar, que chova esta justificação, que saiamos de uma graça atual medíocre para uma habitual, no estado de santidade que nos faça participar do Paraíso. O cristianismo por fora é uma chama ardente que parece destruir tudo, mas por dentro tem uma unção que só quem vive sabe. Padre Pio viveu o amor de Cristo sobre todas as coisas, e isso já era uma bem-aventurança no meio dos tormentos, era uma participação antecipada. Bem-aventurados os pobres de espírito, pois, deles é o Reino do Céu. Meu irmão, vamos decolar, suplique, peça, não nos conformemos com a mediocridade de uma santidade burguesa. Por que só o mal pode ser radical? Por que o bem e o amor de Deus não podem ser radicalmente presentes em nosso vôo?

 Pe Luiz Augusto