Hoje a Igreja Católica comemora o dia dos SANTOS ANJOS DA GUARDA.
Por isso estou postando aqui uma formação cristã sobre esse assunto, já que ouvimos tantas bobagens exotéricas por aí.
OS ANJOS SÃO SANTOS?
Há uma distinção entre a santidade dos anjos e a nossa
Normalmente essa pergunta pode vir à nossa cabeça, mas, como é questão
de fé, é importante esclarecer e é bom nos debruçarmos sobre o que diz a
Bíblia e a Doutrina da Igreja. Realmente há uma distinção entre a
santidade dos anjos e a nossa. Os anjos são santos, mas são espíritos
puros dotados de inteligência e vontade e na natureza há uma diferença
entre a nossa santidade humana da santidade deles [anjos]. Nós somos
humanos dotados de corpo, alma e espírito; os anjos são seres puramente
espirituais. Por serem seres espirituais, os anjos bons e maus não podem
ter a sua existência provada de maneira experimental e racional; no
entanto, a Revelação atesta a sua realidade. Eles são mencionados mais
de 300 vezes na Bíblia. Apesar de sua dignidade superior eles são
somente criaturas de Deus, nós somos filhos de Deus.
Vejamos o que diz o Catecismo da Igreja Católica (CIC) nos números:
328 A existência dos seres espirituais, não corporais, que a Sagrada
Escritura chama habitualmente de anjos, é uma verdade de fé. O
testemunho da Escritura a respeito é tão claro quanto à unanimidade da
Tradição.
332 Eles aí estão, desde a criação e ao longo de toda
a História da Salvação, anunciando de longe ou de perto esta salvação e
servindo ao desígnio divino de sua realização: fecham o paraíso
terrestre, protegem Lot, salvam Agar e seu filho, seguram a mão de
Abraão, comunicam a lei por seu ministério, conduzem o povo de Deus,
anunciam nascimentos e vocações, assistem os profetas, para citarmos
apenas alguns exemplos. Finalmente, é o anjo Gabriel que anuncia o
nascimento do Precursor e o do próprio Jesus.
333 Desde a
Encarnação até a Ascensão, a vida do Verbo Encarnado é cercada da
adoração e do serviço dos anjos. Quando Deus "introduziu o Primogênito
no mundo, disse: - Adorem-no todos os anjos de Deus” (Hb 1,6). O canto
de louvor deles ao nascimento de Cristo não cessou de ressoar no louvor
da Igreja: "Glória a Deus nas alturas..." (Lc 2,14). Protegem a infância
de Jesus, servem a Jesus no deserto, reconfortam-no na agonia, embora
tivesse podido ser salvo por eles da mão dos inimigos, como outrora fora
Israel. São ainda os anjos que "evangelizam", anunciando a Boa Nova da
Encarnação e da Ressurreição de Cristo. Estarão presentes no retorno de
Cristo, que eles anunciam serviço do juízo que o próprio Cristo
pronunciará.
329 Santo Agostinho diz a respeito deles: - “Anjo
(mensageiro) é designação de encargo, não de natureza. Se perguntares
pela designação da natureza, é um espírito; se perguntares pelo encargo,
é um anjo: é espírito por aquilo que é, é anjo por aquilo que faz". Por
todo o seu ser, os anjos são servidores e mensageiros de Deus. Porque
contemplam "constantemente a face de meu Pai que está nos céus" (Mt
18,10), são "poderosos executores de sua palavra, obedientes ao som de
sua palavra" (Sl 103,20).
Para alcançarmos a santidade Deus nos
presenteou com um companheiro de caminhada, que conhece como ninguém a
vontade do Senhor: Desde o início até a morte, a vida humana é cercada
por sua proteção e por sua intercessão. "Cada fiel é ladeado por um anjo
como protetor e pastor para conduzi-lo à vida" (CIC n°336). Ainda aqui
na terra, a vida cristã participa na fé da sociedade bem-aventurada dos
anjos e dos homens, unidos em Deus. Portanto, os anjos são criaturas
espirituais que servem ao Senhor e aos homens em relação ao Seu plano
divino de salvação. A santidade faz parte da natureza dos anjos, mas
para nós seres humanos e limitados pela nossa humanidade ferida pelo
pecado, a santidade é uma luta, uma conquista diária, requer vontade
firme, renúncias, obediência a Deus e Sua vontade, vida de oração e
comunhão com Ele e com os irmãos.
A Igreja fala de virtudes
heroicas praticadas por homens e mulheres que foram fiéis e trilharam
uma vida santa e os chama de modelos e intercessores: "Ao canonizar
certos fiéis, isto é, ao proclamar solenemente que esses fiéis
praticaram heroicamente as virtudes e viveram na fidelidade à graça de
Deus, a Igreja reconhece o poder do Espírito de santidade que está em si
e sustenta a esperança dos fiéis, propondo-os como modelos e
intercessores. "Os santos e as santas sempre foram fonte e origem de
renovação nas circunstâncias mais difíceis da história da Igreja." Com
efeito, "a santidade é a fonte secreta e a medida infalível de sua
atividade apostólica e de seu elã missionário" (CIC 828).
Deus
nos criou para a comunhão com Ele e "O aspecto mais sublime da dignidade
humana está nesta vocação do homem à comunhão com Deus. Este convite
que Deus dirige ao homem, de dialogar com ele, começa com a existência
humana. Pois se o homem existe, é porque Deus o criou por amor e, por
amor, não cessa de dar-lhe o ser, e o homem só vive plenamente, segundo a
verdade, se reconhecer livremente este amor e se entregar ao seu
Criador" (CIC nº. 27).
O nosso saudoso Papa João Paulo II
afirmou certa vez: "Não tenhais medo da santidade, porque nela consiste a
plena realização de toda autêntica aspiração do coração humano. Entre
as maravilhas que Deus realiza continuamente, reveste singular
importância a obra maravilhosa da santidade, porque ela se refere
diretamente à pessoa humana". E o Sumo Pontífice resume tudo dizendo: “A
santidade é a plenitude da vida”. Portanto, Deus Pai, na Sua infinita
misericórdia e Providência, nos presenteia com os santos anjos para nos
ajudar como companheiros na dura caminhada para a santidade. Por isso,
desde criança aprendemos:
"Santo Anjo do Senhor, meu zeloso e
guardador, se a Ti me confiou a piedade Divina sempre me rege, me
guarde, me governe, me ilumine. Amém".
Padre Luisinho - Canção Nova
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